COMENTÁRIO CRÍTICO DO TEXTO
RACIOCÍNIOS SOBRE A VONTADE DO HOMEM.
II TESSALONICENSES 2:10 e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos.11 E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira;12 para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça.13 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,14 e para isso vos chamou pelo nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.15 Assim, pois, irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.16 E o próprio Senhor nosso, Jesus Cristo, e Deus nosso Pai que nos amou e pela graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança,17 console os vossos corações e os confirme em toda boa obra e palavra.
FILIPENSES 2:12 De sorte que, meus amados, do modo como sempre obedecestes, não como na minha presença somente, mas muito mais agora na minha ausência, efetuai a vossa salvação com temor e tremor; 13porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
O Evangelho de João no capítulo 16 versículos 7 e 8 nos diz:Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Ajudador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.
Observe que o texto está falando do Espírito Santo e que é ele quem convenceo mundo do pecado da justiça e do juízo, sendo assim a conclusão do irmão Juarez acerca dos textos trabalhados é verdadeira: o homem não tem livre arbítrio, mas devemos perceber que ele não o tem para a salvação, pois se lermos alguns versículos antes e alguns depois dos textos em questão veremos claramente que se trata da soteriologia. É Deus quem escolhe, é Deus quem convence, é Deus quem vivifica o homem morto em seus delitos e pecados e é Deus quem faz o homem se chegar a Ele.
Mas, e o livre arbítrio relacionado àsdecisões enquanto cidadãos participantes de um grupo social, que exige de nós a tomada de decisões nas mais variadas áreas da vida, denominado por alguns de responsabilidade social ou reponsabilidade moral, existe ou não?
Creio que o homem pode sim escolher entre fazer o mal ou fazer o bem ao seu semelhante. Ele pode escolher matar ou não uma pessoa, pode escolher estuprar ou não, ser um bom pai ou não, se pensarmos o contrário estaremos defendendo que Deus determinou que alguns indivíduos seriam assassinos ou estupradores e outros não, que alguns indivíduos seriam corruptos ou fraudadores de leis e outros não, ou seja estaremos responsabilizando Deus por nossos pecados.
Não há contradição em aceitar o determinismo e a liberdade da vontade, podemos ser considerados moralmente responsáveis pelas nossas escolhas embora elas sejam determinadas, isso é denominado por alguns de determinismo moderado.
Se assim não for podemos defender que:se tudo o que fazemos é determinado pelo que aconteceu no passado de uma forma tal que as nossas escolhas nunca são livres, então não somos moralmente responsáveis por nenhuma das nossas ações, porque nesse caso não escolhemos livremente fazê-las.
Odeterminismo moderadodefende,em termos gerais, que agimos livremente quando fazemos o que queremos e escolhemos fazer e não agimos livremente quando somos forçados a fazer, ou seja, de acordo com esse pensamento, uma vontade livre é simplesmente uma vontade não forçada.
Pensando nisso pergunta-se: Deus criou homens maus e homens bons? Devemos parar para pensar e analisarsobre esse assunto para não correr o risco defender ensinos que ofusquem a glória do Deus vivo, que tudo quanto criou é muito bom, assim, criou o homem tão somente para sua honra e glória, mas ele se desviou do propósito para o qual foi criado.
Transcrevo abaixo alguns trechos do livro O Livre Arbítrio de Santo Agostinho que, penso eu,trabalha dessa ideia:
O fato de se ter recebido de Deus uma vontade livre é para nós grande bem. O mal é o mau uso desse grande bem.
[...]
Etienne Gilson resumiu de modo muito eficaz o pensamento agostiniano sobre as relações entre a liberdade, a vontade e a graça, da seguinte forma: “Duas condições são exigidas para fazer o bem: um dom de Deus que é a graça e o livre-arbítrio. Sem o livre-arbítrio não haveria problemas; sem a graça, o livre-arbítrio (após o pecado original) nãoquereria o bem ou, se o quisesse, não conseguiria realizá-lo.
A graça, portanto, não tem o efeito de suprimir a vontade, mas sim de torná-la boa, pois ela se transformara em má. Esse poder de usar bem o livre-arbítrio é precisamente a liberdade. A possibilidade de fazer o mal é inseparável do livre-arbítrio, mas o poder de não fazê-lo é a marca da liberdade. E o fato de alguém se encontrar confirmado na graça, a ponto de não poder mais fazer o mal, é o grau supremo da liberdade. Assim, o homem que estiver mais completamente dominado pela graça de Cristo será também o mais livre
O intento geral de “O livre-arbítrio” aparece assim com clareza, desse ponto de vista. Segundo os dados da fé, Deus todo-poderoso e Bem supremo criou todas as coisas por meio de seu Verbo, e nada pode escapar à ordem de sua Providência. Todas as suas obras são boas. O pecado não pode lhe ser imputado, nem ficar fora da ordem providencial. Diz Agostinho: “É preciso compreender aquilo em que cremos” (I,2,4; II,2,6). Ele procura explicar pela razão a origem do pecado e seu papel na obra de Deus. Em conclusão, chega a afirmar em síntese: a fonte do mal moral, o pecado, está no abuso da liberdade, mas esta é um bem.
[...]
Antes de tudo, para descobrir a origem do pecado, é preciso saber qual a sua essência. Ora, cometer o mal não é nada mais do que submeter sua vontade às paixões, ou preferir aos bens propostos pela fé eterna uma satisfação pessoal. E isso só é possível pela livre opção de nossa vontade (livro I).
[...]
A posição de Agostinho é muito clara. Explica ele que se tratava então, naquela ocasião, de refutar os maniqueus, os quais negam o livre arbítrio da vontade e pretendem fazer recair em Deus a responsabilidade pelo mal e pelo pecado. É contra eles que o tratado insiste, valorizando grandemente o papel da liberdade humana.
Em conclusão, constatamos que se é certo que Agostinho, no presente diálogo, não fala com insistência sobre a graça como medicina e socorro do livre-arbítrio, porém, insinua-a várias vezes. Numa delas, uma e mil vezes, é que o homem é livre para fazer o bem e que não é forçado a cometer o mal por nenhuma necessidade. Se o homem peca, a culpa é sua. Agostinho insiste fortemente na bondade essencial e infinita de Deus. Sem o livre-arbítrio não haveria mérito nem desmérito, glória nem vitupério, responsabilidade nem irresponsabilidade, virtude nem vício. Santo Agostinho na verdade, constitui-se o defensor de nossa liberdade e da graça divina, ao mesmo tempo.
[...]
Nada de estranhar, então, que os homens desventurados não obtenham o que querem, isto é, vida feliz. Com efeito, o essencial, o que acompanha a felicidade e sem o que ninguém é digno de obtê-la – o fato de viver retamente -, eles não o querem. Ora, a lei eterna, em consideração da qual já é tempo de voltar a nossa atenção, decretou com firmeza irremovível o seguinte: o merecimento está na vontade.
É porque, ao afirmarmos que os homens são voluntariamente infelizes, não o dizemos por aí que eles queiram ser infelizes, mas que possuem tal vontade, que a desgraça se segue necessariamente, mesmo contra o desejo de felicidade. Não há, pois, nada de contraditório ao raciocínio procedente: todos querem ser felizes, mas sem poder sê-lo. Pois nem todos querem viver com retidão, e é só com essa boa vontade que têm o direito à vida feliz.
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TEXTO ENVIADO PELA ALUNA DA DISCIPLINA DE ANÁLISE DE ROMANOS
Umbelina Rodrigues de Sousa
umbelinarodrigues@hotmail.com
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